segunda-feira, 12 de novembro de 2012

#1

Hoje é o dia.
O dia que escolhi para morrer.
Pena que ninguém entenda claramente como eu vejo a morte.
A morte é o desprendimento de um hábito. 
Qual hábito eu resolvi largar?
O hábito de não me expressar como deveria; e gostaria.
Escrever é o que faço. Mas tenho que fazer mais. Muito mais! 
Tenho que falar. Tenho que gritar! Tenho que rir e fazer outros rirem também. 
Chorar um drama Sheakesperiano.
Ah! A arte. É uma expressão tão bela do ser humano.
É a mais pura e profunda expressão de quem somos, ou queremos ser.
Que dia bonito, com chuva e céu cinza. Com vento e relâmpagos. 
Muito melhor que um dia ensolarado e com céu azul. 
Argh! Tenho nojo de dias assim. São tão falsos superficiais. 
Céu azul não significa “dia bonito”. 
Abaixo à ditadura do senso comum que não consegue ver a beleza de um dia de chuva. 
A melancolia no ar! Ah, como é doce o café nesses dias amargos.
 Como é bom o cigarro, nesses dias sem sol. 

A vida é feia! E é assim que deve ser! Para que a ARTE pareça ainda mais bonita do que já é!

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