terça-feira, 13 de novembro de 2012

#3

- Você sempre foi tão.. organizado. Apesar de sua mãe achar que você é um bagunceiro que deixa tudo espalhado pelo chão. Não tem nada bagunçado. tudo está onde deveria estar. Tudo está no seu perfeito lugar. As suas botas estão embaixo da cama. A sua jaqueta está no chão, junto com sua calça jeans. no bolso da calça ainda tem uns trocados. No bolso da jaqueta ainda tem uns cigarros. Você sabe onde tudo está. Então como dizer que é bagunça? Porque dizem que está tudo fora do lugar? Não são as suas coisas? Você escolhe onde elas ficam.
- Pois é.

#2

- Eu não quero falar com você!
- Eu também não quero falar com você.
- Quem você pensa que é para me julgar? Você não é nada! Você não é ninguém!
- Eu sou tudo que você não é. Eu sou o vento, o lago e a loucura!
- E o que você pode fazer enquanto vento?
- Eu posso ir à qualquer lugar, à qualquer hora. Sem pedir permissão ou me justificar.
- E quanto ao lago?
- Tenho a dose certa de profundidade, sou calmo, sereno. Deixo o vento me movimentar.
- E a loucura? Isso não pode ser bom.
- A loucura é a melhor parte de mim. Ela me tira desse mundo, ela me mostra as coisas de todas as perspectivas, ela me eleva. Quem vai querer ser são? Sanidade é só um nome que deram para “prisão mental”. Prendem sua mente e te dizem como as coisas devem ser. Eu te digo como as coisas realmente são: infinitas!

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

#1

Hoje é o dia.
O dia que escolhi para morrer.
Pena que ninguém entenda claramente como eu vejo a morte.
A morte é o desprendimento de um hábito. 
Qual hábito eu resolvi largar?
O hábito de não me expressar como deveria; e gostaria.
Escrever é o que faço. Mas tenho que fazer mais. Muito mais! 
Tenho que falar. Tenho que gritar! Tenho que rir e fazer outros rirem também. 
Chorar um drama Sheakesperiano.
Ah! A arte. É uma expressão tão bela do ser humano.
É a mais pura e profunda expressão de quem somos, ou queremos ser.
Que dia bonito, com chuva e céu cinza. Com vento e relâmpagos. 
Muito melhor que um dia ensolarado e com céu azul. 
Argh! Tenho nojo de dias assim. São tão falsos superficiais. 
Céu azul não significa “dia bonito”. 
Abaixo à ditadura do senso comum que não consegue ver a beleza de um dia de chuva. 
A melancolia no ar! Ah, como é doce o café nesses dias amargos.
 Como é bom o cigarro, nesses dias sem sol. 

A vida é feia! E é assim que deve ser! Para que a ARTE pareça ainda mais bonita do que já é!